sábado, 26 de fevereiro de 2011

Se eu começar a questionar.

Todas essas pernas apressadas, para onde elas vão? E esses corações descompassados, que lugares eles guardam? E esses olhares curiosos, procuram algo? E os olhares que não vêem, como ficam na escuridão? Sabe o tempo, sabe Deus. Quanto tempo ainda temos para gastar, e quantas palavras ainda vamos dizer, e quantas escadas estão a nos esperar, sabe Deus. E se o relógio atrasar, e se o barulho se perder. Pois bem, para onde vai o passarinho só, que ônibus ele vai pegar?

Chegou o entregador cansado, qual é a sua relação? E o senhor despreocupado, olhando o mapa, querendo ir a algum lugar que não existe. E a moça sorridente achou um sentido para se mandar. E se o tempo parar? E se a criança não achar a mão do seu pai, para onde irá?

Lá vem a velha mulher que me pediu um trocado, que não tem para onde ir. Quanto resta? E os centavos de sua felicidade, como ela vai gastar? E o homem que vende doces, qual a sua relação? O menino que quebrou o braço cuidando do seu cachorro, quer correr, não quer parar. E um homem olhando a parede, procurando o quê? Essas rodas desenfreadas, quantas voltas elas dão? E os ponteiros do meu relógio, que rodam sempre no mesmo lugar?

E esse menino sentado com um cardeno na mão, qual a minha relação? Sabe, Deus, que quase não sei de nada. Minhas pernas apressadas e meu coração descompassado não guardam tantas coisas. Meu olhar curioso não está a procurar. Quanto tempo até meu ônibus chegar? E quando eu cansar de procurar no mapa, não me mando. E se eu não encontrar sua mão, onde vou? Centavos de minha felicidade, quantas voltas eles dão? Sempre que me questiono, sinto que a vida roda sem sair do lugar...

E o que acontece se eu parar de questionar?

2 comentários:

Anônimo disse...

Você vai parar de existir.

Anônimo disse...

nada!kkkkkkkkk