segunda-feira, 8 de março de 2010

Não faz sentido algum.

Não consigo entender por que fechar os olhos dói tanto. Eu vejo as pessoas sorrindo, eu vejo a felicidade... Eu as possuo? Eu as possuo ou elas me possuem? Dói pensar no passado, dói pensar no futuro... Como se eu me encontrasse num labirinto escuro, bem no seu centro. Olho para trás e para frente e sinto medo. Fico parado, esperando que algo me encontre. Espero. Então erro. Por que não correr? Por que não dar passos para procurar a saída? Porque me conformo com a dor, com os obstáculos que não consigo superar. Eu vejo os medos, eu vejo os monstros... Eu os possuo ou eles me possuem? Eu crio personagens, protagonistas e antagonistas, mocinhos e vilões, e figurantes, para atuarem na minha vida. Sendo autor, crio emoções, sensações, mas não sou diretor de mim, não dirijo os sentimentos que criei, não dirijo a luz do sol e nem meu coração, muito menos. Não sei se sou o vilão, também não sei se sou meu protagonista. Encontro num estranho um abrigo, um poço para aliviar meu fardo pesado. Torno-me parasita, torno-me injusto. Torno-me algo? Qual minha classificação, meu rótulo?

E o que será de mim? Tenho a certeza das coisas incertas que desejo, isso é o suficiente? Como ter certeza de que não resolvi ainda qual rumo tomar no labirinto. Fantástico. Eu vejo tantas formas, eu vejo tantos padrões. Queria me permitir imaginar. O que eu quero ver, então? Gostaria de ver o que se passa dentro de mim. Eu toco faces, eu beijo faces, mas nunca fui tocado, nunca fui beijado por mim. Poderiam então me conhecer melhor do que eu me conheço? Próxima questão: eu me conheço alguma coisa? Fechar os olhos dói não porque eu desconheço os outros. Dói porque eu me desconheço. Não sei se ando ou se permaneço estático porque não sei meus limites. Aceito a dor porque não sei se suportaria deixá-la. Torno-me parasita porque não consigo ser meu próprio hospedeiro. Eu me possuo ou me possuem? Quero imaginar. Não, não tenho respostas hoje, mas gosto de ver o céu. Estou no labirinto escuro, mas quando olho para cima, aquelas estrelas que me velam lá de longe me acalmam. Não tenho certezas hoje, mas posso me camuflar, por um momento, das coisas que me torturam.

Se eu criei um labirinto escuro e sem saídas aparentes, posso criar um céu estrelado para meu próprio conforto. Faz sentido.

3 comentários:

João Dias disse...

Muito bom esse texto.. super me identifiquei! Cê escreve muito Humberto.. Parabéns!!!

kbritovb disse...

num faz mto meu estilo mas desse gostei =]

Anônimo disse...

cara, nem meu estilo...kkkkkkkkkk

é muito drama!! Drama queen!!

Eu toco faces, eu beijo faces, mas nunca fui tocado, nunca fui beijado por mim.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk