sexta-feira, 16 de março de 2012

Carta de uma saudade

Você sabe o quanto te amo.
O quanto te amo.
E por que não está aqui comigo?

Passe às vezes para me ver,
Sente e fale da sua vida comigo.
Conte seus segredos, bobagens.
Mas venha me ver.

Não permita que morra ainda
Umas lembranças que nos restaram.
Aquelas tardes de domingo, cansadas.
Outras horas que ficamos em silêncio.

Velhas manhãs geladas,
Conte-me os seus acasos.
Suas mentiras e amores.
Beba no meu copo da água com meus beijos.
Meus desejos ocultos.

Mas não vá agora.
Fale-me dos seus transtornos.
Ponha seu ego nos seus dizeres.
E comente, por acaso,
O meu nome.

Ponha seu ego nos seus atos.
E eu só vejo, atento, seus gestos.
Atue seu choro e suas mágoas.
Mostre-me nos seus olhos os lugares,
O tempo que nos culpou.

Sente e fale do dia brando,
Das costas nuas e a chuva caindo.
E como se fosse ficar para sempre,
Coloque sua imagem sobre a minha.
Deixe-me em silêncio...