segunda-feira, 1 de abril de 2013

Estranho prazer.


O seu calor, seu corpo em chamas,
Me chama, me toca, me provoca,
Me mordem seus olhos.
Ora azuis, ora castanhos, ora ardentes,
Horas antes, horas depois. Oram, amém.
São cores do mar, na areia, no altar,
Na nossa cama que não é de ninguém.

Perversos seus dedos, machucam.
Abusam dos meus no aperto,
No desejo de me abusar,
Na vontade de possuir.
São grandes seus beijos na boca,
Na louca sensação de minha nuca,
No arrepio que me volta, me evoca.

E me devora seu cheiro.
Por vezes macio, por vezes suado,
Ao mínimo anseio de ser massacrado
Meu corpo no seu, colado, amassado.
São fortes suas mãos, ou macias, não lembro.
Nem hei de lembrar a sua voz mansa,
Que cansa, ou grita e agita demais.

Cabelos loiros, ou negros, que te arranco,
Que pedem para serem puxados.
A pele queimando na frieza das noites,
Te permitindo mais uma loucura,
Na escura magia do nosso prazer.
Te ter, te ver, te ser qualquer hora,
Ora amando, ora deixando matar a vontade.

Seus nomes são muitos,
Assuntos que podemos esquecer.
Pois são os teus músculos, teu corpo,
Teus sustos, que eu não ouso perder.
O que importa é o gemido, no meu ouvido,
Que quero mais vezes ou só uma noite,
Já basta, já mata todo meu prazer.

O seu calor, o seu corpo despido,
Sua língua e meu sexto sentido.
São brancas tuas cores, ou morenas, não sei.
São vários teus sabores que degusto
Ora amargos, ora doces.
Meia-hora para as doze e nunca paramos.
Nunca vestimos as roupas.