O
seu calor, seu corpo em chamas,
Me
chama, me toca, me provoca,
Me
mordem seus olhos.
Ora
azuis, ora castanhos, ora ardentes,
Horas
antes, horas depois. Oram, amém.
São
cores do mar, na areia, no altar,
Na
nossa cama que não é de ninguém.
Perversos
seus dedos, machucam.
Abusam
dos meus no aperto,
No
desejo de me abusar,
Na
vontade de possuir.
São
grandes seus beijos na boca,
Na
louca sensação de minha nuca,
No
arrepio que me volta, me evoca.
E
me devora seu cheiro.
Por
vezes macio, por vezes suado,
Ao
mínimo anseio de ser massacrado
Meu
corpo no seu, colado, amassado.
São
fortes suas mãos, ou macias, não lembro.
Nem
hei de lembrar a sua voz mansa,
Que
cansa, ou grita e agita demais.
Cabelos
loiros, ou negros, que te arranco,
Que
pedem para serem puxados.
A
pele queimando na frieza das noites,
Te
permitindo mais uma loucura,
Na
escura magia do nosso prazer.
Te
ter, te ver, te ser qualquer hora,
Ora
amando, ora deixando matar a vontade.
Seus
nomes são muitos,
Assuntos
que podemos esquecer.
Pois
são os teus músculos, teu corpo,
Teus
sustos, que eu não ouso perder.
O
que importa é o gemido, no meu ouvido,
Que
quero mais vezes ou só uma noite,
Já
basta, já mata todo meu prazer.
O
seu calor, o seu corpo despido,
Sua
língua e meu sexto sentido.
São
brancas tuas cores, ou morenas, não sei.
São
vários teus sabores que degusto
Ora
amargos, ora doces.
Meia-hora
para as doze e nunca paramos.
Nunca
vestimos as roupas.